SABERES CULTURAIS DE JOVENS E ADULTOS COM DEFICIÊNCIA DE COMUNIDADES DAS ILHAS DE ABAETETUBA-PA
DOI:
https://doi.org/10.46550/ilustracao.v5i8.365Resumo
Nas comunidades das ilhas de Abaetetuba percebe-se uma variedade de saberes culturais, os quais são adquiridos pelos grupos sociais, dentre eles, as pessoas com deficiência. Muitas são as formas de apreensão desses saberes. Buscando compreender essa realidade, este trabalho tem por objetivo analisar e descrever os saberes culturais de jovens e adultos com deficiência de comunidades das ilhas do município de Abaetetuba, visando conhecer e compreender como se dá o processo de aquisição e aprendizagem desses saberes por pessoas que apresentam limitações físicas, auditivas, visuais, sensoriais e psíquicas. Participaram da pesquisa oito jovens e adultos que residem nas comunidades das ilhas e que apresentam deficiência. A pesquisa foi realizada no Polo 09, o qual engloba quatro comunidades (Sapucajuba, Urucuri, Prainha e rio Marinquara) as quais fazem parte da zona rural, do município de Abaetetuba, na Amazônia paraense. Sobre os aspectos metodológicos, este estudo se utilizou das concepções e orientações do Materialismo Histórico Dialético, por meio de um trabalho de campo, adotando a abordagem participante e qualitativa, contemplando as narrativas orais etnográficas. A coleta dos dados se deu por intermédio das entrevistas semiestruturadas sendo que a análise desses dados teve como teórico de base o antropólogo britânico Tim Ingold, autor que vem realizando grandes pesquisas no campo dos estudos antropológicos, bem como Brandão, Oliveira, Freire, Bardin, entre outros. A partir das questões norteadoras que visaram problematizar sobre as práticas de aprendizagem que representam os saberes culturais de jovens e adultos com deficiência, demonstrando como esses saberes são aprendidos por essas pessoas, referendou-se três categorias de análise para embasar os resultados encontrados, sendo elas: “aprendi na prática, só olhando”; “foi ele/ela que me ensinou”; “foi um dom deixado por Deus”. Constatou-se por meio dos resultados obtidos que os jovens e adultos com deficiência são conhecedores de vários saberes. Foram analisados vinte e seis saberes e destes prevaleceram os que auxiliam na vida cotidiana. Sobre as formas de aprendizagem desses saberes analisados pelas categorias de análise, destacou-se a categoria “foi ele/ela que me ensinou”, num percentual de 61% de ocorrência, em seguida “aprendi na prática, só olhando” com 32 %; e “foi um dom deixado por Deus” com 7% de ocorrência. As reflexões acerca dessas problemáticas são de grande relevância e poderão contribuir significativamente para a compreensão de que as pessoas com deficiência das ilhas demonstram que são capazes de aprender qualquer atividade e das mais variadas formas.
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